Fagner interpretando seu sucesso "Fanatismo", em
show ao vivo com Zeca Baleiro, gravado em 2004.
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"Fanatismo", canção de grande sucesso gravada em 1981 pelo
cearense Raimundo Fagner,
é na verdade uma composição musical deste cantor e compositor brasileiro, sobre
um poema de mesmo nome, da poetisa portuguesa Florbela Espanca(1894-1930).
O poema Fanatismo foi
publicado em 1923 no
livro da poetisa portuguesa, intitulado Livro de Soror Saudade, que esgotou-se rapidamente nas
primeiras edições. Já a canção"Fanatismo" com música de Fagner e letra a partir deste poema de Florbela,
foi gravada no LP do cantor, Traduzir-se, lançado em 1981, pela gravadora CBS. Traduzir-se foi um disco de muito sucesso para Fagner e marcou sua carreira pois foi a
partir deste disco que ele conseguiu realizar o sonho de gravar várias canções
em espanhol.
É no disco Traduzir-se que Fagner grava outro grande sucesso seu, "Años",
composição do cubano Pablo Milanés, com
participação da cantora argentina Mercedes Sosa, e ainda a belíssima
canção, "La
Saeta ", dos espanhois Juan Manuel Serrat e Antonio
Machado. A canção que dá nome ao disco, "Traduzir-se" é outra parceria de Fagner,
agora com Ferreira Gullar, visto que é composta
a partir de um poema do escritor. Participam ainda, deste disco, o próprio Juan
Manuel Serrat em "La Saeta ",
e também, o cantor espanhol Camarón de La
Isla , na canção "La Leyenda Del
Tiempo". O
disco foi todo gravado em Madri, na Espanha.
Na canção "Fanatismo", além do poema
de Florbela Espanca, Fagner faz uma citação na última estrofe, de
alguns versos da canção "Meu querido, meu velho, meu amigo",
sucesso de Erasmo e Roberto Carlos.
A LETRA
“Fanatismo” – (Música de Fagner em poema de Florbela Espanca)
Minh' alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos
de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
pois que tu és já toda minha vida
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
Não és sequer a razão do meu viver
pois que tu és já toda minha vida
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do
teu ser
A mesma história, tantas
vezes lida!
"Tudo no mundo é
frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto,
toda a graça
De uma boca divina, fala
em mim!
E, olhos postos em ti,
digo de rastros:
"Ah! podem voar
mundos, morrer astros,
Que tu és como um deus:
princípio e fim!..
Eu já te
falei de tudo, mas tudo isso é pouco,
diante do que sinto.
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"Quem não pode atacar o argumento, ataca o argumentador." Paul Valéry